Tinhamos marcado um worshop de escrita de viagens e fotografia, este começava as 11h da manhã de sabado.
Para variar chegamos com algum atraso, mas desta vez com justificação, passamos na farmacia homeopatica e fizemos o final do percurso até a Mouraria onde se realizava o workshop a pé.
O worshop já tinha começado, estava a falar de autores e de livros de viagens. Uns classicos da literatura portuguesa, Eça, Ramalho, Saramago, Ferreira de Castro e tantos outros estrangeiros, I.M. Forrester, Michel Onfray, etc....
" O espectaculo de um acontecimento merece ser ouvido e contado, ver, ouvir, sentir, experimentar.
Fazer viver, como se o leitor lá estivesse.
Montagem de coisas vistas, ouvidas, encadeamento de cenas, inclui cenário, sons, personagens, roupas, acção (acontecimento e a situação), um argumento, dialogos e uma encenação, deve ser construida segundo as regras da dramaturgia; O inicio, um desenvolvimento e um desfecho.
O objectivo é a senceridade, o angulo e o tom da narrativa.
É um trabalho pessoal, dar a ver um acontecimento, revelar uma situação através da sua propria sensibilidade não é deformar nem trair, mas para isso não há necessidade de recorrer a uma bateria de adjectivos, há que ficar pelos factos que falam e gritam."
Falou-se de algumas referecias de viagens, e de algumas frases soltas de alguns escritores, gostei particularmente desta "deixa a cidade acontecer" de James Morris.
"O leitor viajar com o escritor" é também a finalidade de um texto ou livro de viagens e neste caso também o mote para estas palavras que vão dar corpo as imagens que estou a colocar no blog, para ilustrar o meu dia no workshop.
O nosso percurso inicia-se logo a seguir ao almoço, no restautante "carmar", no Poço do Borratem, não antes de haver uma nota introdutoria à fotografiade viagem pelo fotografo convidado Joaquim Gromicho.
Depois do almoço pusemo-nos a caminho. Por nós passava a praça do Martim Moniz, imponente pela sua luminosidade e diversidade cultural, a Capela da Nossa Senhora da Saúde, para logo a seguir, nos perdermos em ruas estreitas do Bairro da Mouraria, ainda a ressacar das festividades do Santo António, padroeiro da cidade de Lisboa.
Paramos um pouco na porta da Severa, fadista lendaria, que morava na Rua do Capelão.
Deambulando um pouco mais acabamos por falar com um cabeleireiro indiano, que pouco ou nada falava português e também nada sabia da severa a não ser que a porta da casa deveria estar aberta.
Tempo para mais umas fotografias e já estamos de regresso à nossa base o Inatel da Mouraria.
A caminho, nada que tirar umas duvidas com os nossos "professores", a "luz é muito importante e a hora a que fotografamos também", diz-nos oaquim. Por seu lado o Tiago explica que é importante o contacto com as pessoas, para encontrar histórias e a pulsação de um lugar.
Já no Inatel, já um pouco refrescados do pequeno passeio vemos um episodio da serie "Endereço Desconhecido" protagonizada pelo nosso tutor, que passa na RTP 2, sobre Praga e em amena conversa com um convidado.
Tempo para mais alguns esclarecimentos e um trablaho de casa, escrever um postal, uma fotografia e por fim uma reportagem com 1500 caracteres sobre a Mouraria ( que ainda tenho de ver se escrevo, esperando aque a inspiração apareça na ponta da pena).
Ficou a vontade para um novo reencontro num futuro proximo e dar incio quem sabe a um novo projecto de escrita de viagens aqui tão perto de nós....