“Arquivo e Domicílio”, o projeto de exposição proposto por José Maçãs de Carvalho surge na sequência de um projeto de investigação (dissertação de doutoramento em Arte Contemporânea, no Colégio das Artes, Universidade de Coimbra, em fase final) iniciado em 2011 com a exposição “Arquivo #0”, no CAV, em Coimbra, continuado em “Arquivo e Alteridade”, na galeria VPF, em Lisboa, e “Arquivo e Nostalgia”, no atelier Concorde, em Lisboa e Guimarães no Laboratório de Curadoria, em 2012.
“Arquivo e Domicílio” problematiza, de forma experimental, o processo de significação de imagens fotográficas realizadas ao longo de mais de vinte anos, a partir do meu arquivo. Toma-se como referência cultural e matriz estilística a obra “Bilder Atlas” de Aby Warburg (1866-1929) e duas ideias -chave: a “lei-da-boa-vizinhança” (termo cunhado por Warburg) que permitiria criar relações não-hierarquizadas entre as imagens, e também uma “iconologia dos intervalos”, conceito para definir as relações de significação entre aquelas imagens, ou melhor, as tensões relacionais entre imagens.
“Arquivo e Domicílio” procura uma temporalidade única, larga e extensiva, usando imagens de várias series, num período de cerca de 25 anos (o meu tempo de prática artística). A organização não-hierarquizada, sem uma narratividade linear, de imagens encontradas no meu arquivo, para uma relação eminentemente tensa, desvalorizando o significado de cada uma isoladamente, pretende ativar de forma reverberativa (Michaud) uma constelação significacional, numa espécie de atlas, conforme a “lei-da-boa-vizinhança “warburgiana.
Este projeto encara a possibilidade de se elaborarem “atlas-de-imagens” que possuam, em potência, a ideia de trânsito entre o singular e o universal, o privado e o público, a imagem e a linguagem, num processo autorreflexivo e retrospetivo, de forma a compreender escolhas temáticas, sublinhando traços que ligam as obras, numa perspetiva formal e conceptual.”
José Maçãs de Carvalho
O autor:
José Maçãs de Carvalho nasceu em Anadia, Portugal, em 1960. Atualmente, vive e trabalha em Anadia. É pós graduado em Gestão das Artes pelo Instituto de Estudos Europeus de Macau e licenciado em Línguas e Literaturas Modernas pela Universidade de Coimbra. Foi bolseiro do Centro Português de Fotografia, da Fundação Calouste Gulbenkian e da Fundação Oriente.Para além de Portugal, já expôs em Madrid, Paris, Marselha, Macau, Barcelona e Rio de Janeiro.
Como chegar:
Arquivo fotográfico de Lisboa
Morada: Rua da Palma, nº 246,
1100-394 LISBOA
Metropolitano: Estação Martim Moniz
Autocarros: 34, 40, 708
Elétrico: 12E, 28E
Patente ao Público de 24 janeiro a 8 março de 2014
De segunda-feira a sábado, das 10h às 19h
Encerra aos feriados |Entradas gratuitas
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