quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

"Um Lugar Dentro de nós" | Gonçalo Cadilhe


Depois de nove livros trepidantes sobre as suas viagens, Gonçalo Cadilhe apresenta nesta obra o seu trabalho mais sereno e envolvente até à data. Um Lugar Dentro de Nós não pretende partilhar apenas as jornadas do autor e de outras pessoas com quem se cruza, mas visa essencialmente inspirar o leitor para que cumpra o seu próprio destino. «Não sigas a minha viagem. Procura que a tua viagem surja dentro de ti.»
 
Um Lugar Dentro de Nós apresenta um conjunto de reflexões vividas em viagem e uma série de imagens de alguns lugares espalhados pelo mundo, mas captadas pela sensibilidade do homem que olha e não do homem que escreve. «O que me interessava fotografar era a minha própria felicidade, feita de luz e pureza sobre a paisagem. Cada fotografia minha era um lugar dentro de mim.»
Excertos
«Cada vez que deixamos de ser eficientes, cumpridores, responsáveis, pontuais, cada vez que reformulamos as prioridades da vida e metemos o tempo à frente do dinheiro, os amigos à frente do patrão, a conversa à frente do negócio, a lentidão à frente da pressa, somos mais felizes.»
 
«E de noite, sempre à noite, apoiado na amurada, no silêncio e na contemplação que só o infinito líquido e ondulante dos oceanos permite, compreendia o mesmo que qualquer astronauta pode compreender: que este planeta nunca deveria ter sido chamado de Terra por ninguém, pois a sua substância fundamental é a água, e os indivíduos mais felizes da espécie humana são aqueles que a escolhem como caminho de viagem.»

1 comentário:

Sara Rodrigues disse...

Diz ele, falando da África...

"Outro ingrediente essencial é a tensão étnica, e como quase todos os países modernos de África foram decididos que existiriam durante uma célebre conferência de Berlim, em 1885; e como as suas fronteiras foram traçadas por esses conferencistas sem ter um mínimo de respeito ou conhecimento das culturas que as integravam, o resultado foi, com as décadas, catastrófico: «compatriotas» que não se conheciam, que não falavam a mesma língua, que não têm a mesma religião ou cultura e sobretudo «compatriotas» que não têm qualquer interesse ou gosto em pertencer à mesma pátria."